29/01/2014

Quando a cor dos segregados não é vista


O Brasil é um país que naturalizou, ao nível das instituições, todo tipo de segregação: racial, étnica, classista, de gênero, regional, capacitista… Crianças aprendem a classificar, ignorar ou odiar seres humanos em suas próprias casas, nas ruas, nas escolas, e crescem para replicar inadvertidamente ou propositadamente esses ensinamentos. Mas somente os que sofrem tal apartação percebem isso.

Foto: Campanha Rio sem homofobia. Fonte: Governo do Estado do RJ

Há 10 anos o pesquisador Luís Mir publicou um livro que evidencia o estado das coisas nesta nação que se quer democrática, chamado “Guerra Civil: Estado e Trauma”: os nossos índices de violência são epidêmicos, dignos de conflitos nacionais; as nossas favelas são como campos de concentração, espaços de marginalizados na sociedade racista, que não aceita a existência digna desse outro e, por meio do Estado promove a exclusão de grande parcela da população.

Os diversos feminismos que adotam e aplicam o conceito de intersecionalidade, criado pelo Feminismo Negro, reconhecem e denunciam a realidade degradada pelas discriminações multiplicadas pelas diferentes identidades sociais das pessoas, e felizmente têm se tornado mais populares no discurso comum de quem reflete criticamente sobre tudo isso que aí está: as opressões se entrelaçam e se potencializam de formas perversas, quando há dificuldade no acesso a ensino de qualidade ou até mesmo abandono das escolas (outro nome para expulsão), decorrente de abusos constantes; quando se é preterido(a) em uma seleção de emprego porque o(a) concorrente se enquadra nos padrões valorizados pela sociedade; quando se é assassinado(a).

As propagandas com gente considerada bonita não me desmentem: maciçamente brancas em um país massivamente negro.
Gente é segregada não apenas por ser negra, mas por ser mulher negra; não apenas por ser mulher negra, mas também por, comumente, morar em uma periferia, por ser pobre, por eventualmente expressar uma orientação sexual não hegemônica, ou por, em alguns casos, vivenciar uma identidade de gênero que não se restringe à socialmente atribuída.

Para além das violações diárias de direitos, quando se fala de pessoas trans — tal como ocorre com outras dimensões da diversidade humana — é rotineiro se ignorar que elas vivenciam uma diversidade identitária e de sociabilidade, tal como quaisquer outras pessoas. Limito-me neste texto à questão das pessoas negras trans, parcela invisível e evidentemente significativa da população transgênero brasileira.

Fui indagada certa vez sobre a situação das pessoas trans negras neste país, e posso sintetizar a resposta em dois fatos: como pessoas negras, elas são violentadas pelo racismo estrutural, e quando se pensa em uma pessoa trans, geralmente se remete à imagem de uma mulher trans branca, apesar de a maioria ser negra. O racismo e o sexismo funcionam no contexto da transfobia maximizando o apagamento das identidades, das necessidades, e mesmo as existências, de negras e negros trans.

Ao mesmo tempo, a diluição das particularidades das pessoas trans no conjunto político-histórico formado por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Intersexuais (LGBTTTI), no contexto de uma dependência ainda patente dos movimentos trans com relação aos outros (financeira, organizacional, ideológica), pouco tem incentivado uma parte considerável das mulheres trans a se reconhecerem como integrantes de movimentos de mulheres, tampouco tem engajado pessoas trans negras a se reconhecerem no âmbito dos discursos de Consciência Negra e Negritude.

Por outro lado, os novíssimos movimentos negros, feministas e trans, preponderantemente online e independentes das militâncias orgânicas ou das instituições acadêmicas, têm possibilitado, senão estimulado, intensas reflexões sobre as interações de suas pautas, de suas gentes; e têm mobilizado a população a repensar seu status, a construir novas estratégias de enfrentamento — discursivas e práticas — ao status quo adverso.

Esses(as) novos(as) militantes e pensadores(as) não se prendem às antigas caixinhas, podem lá ter suas caixas, mas é notável que, inclusive em função da natureza dinâmica de seu meio de comunicação, a internet, elas precisam ser desmontadas com frequência para continuarem tendo alguma importância social.

Ao nível individual, os desafios de ser mulher negra trans, que começam com a insistência coletiva em negar ou ridicularizar a dignidade de ser e se aprofundam no impedimento de avanços significativos em termos educacionais e laborais, são enfrentados com a ousadia de se valorizar a própria identidade, de criar espaços alternativos de diálogo e de buscar conhecer as histórias daquelas que nos antecederam. Elas que corajosamente criaram possibilidades de existência em conjunturas mais adversas, mesmo que não lhes fosse permitida qualquer ascensão socioeconômica, reconhecimento social ou civil.

É por tudo isso que o Dia da Visibilidade Trans precisa se lembrar das negras e dos negros que o tornaram necessário.

Fontes e referências:


22/01/2014

Tecnologia a favor do sexo

Sexo com Google Glass mostrará como parceiro vê o outro

Por redação ADM
Foto: "Veja o que seu parceiro vê". Fonte: Divulgação.

Um aplicativo para o Google Glass ainda em desenvolvimento promete mudar a experiência sexual. Uma equipe de Londres lançou um site para o novo programa, que será gratuito, explicando que ele poderá mostrar o sexo de diversos ângulos, como o parceiro está te vendo, e inclusive gravar todas as cenas.

De acordo com os desenvolvedores, os óculos ainda poderão dar dicas de novas posições sexuais, além de dar comandos por voz para apagar as luzes ou tocar determinada música. Toda a ação poderá ser gravada, e os vídeos poderão “desaparecer” em cinco horas, para proteger a privacidade dos usuários.


Foto: Os óculos ainda poderão dar dicas de novas posições sexuais, além de
dar comandos por voz para apagar as luzes ou tocar determinada música. 

Fonte: Divulgação


Em entrevista ao jornal The Guardian, o fundador do projeto, Sehrif Maktabi, diz que tudo começou com a pergunta “como fazer o sexo ainda melhor com Google Glass?”. Segundo ele, muitas pessoas se interessaram pelo app. Para receber mais informações sobre o desenvolvimento é possível se inscrever no site www.glassandsex.com/.


O Google proibiu aplicativos de conteúdo de sexo e nudez para o aparelho, mas de acordo com Maktabi funcionários da empresa já estão cientes do seu aplicativo e acharam divertido. “Mas eu não sei o que o Google ‘empresa’ pensa sobre o que estamos fazendo”, afirmou.


Fontes e referências:


  1. Terra notícias: Portal de notícias Terra. Hardware e software.
  2. Foto: divulgação Google Glasse

18/01/2014

Raízes Históricas da Sexualidade

Por Cláudio Eduardo Resende Alves*


“Os adolescentes estão prontos a transformar qualquer desejo em ação. Dos desejos corporais, estão mais dispostos a ceder ao desejo sexual, não exercendo autocontrole.”
Aristóteles – 384-322 a C.


Foto: Detail from The Birth of Venus. Óleo sobre tela. 
Autor: William-Adolphe Bouguereau (1825–1905). 
Fonte: Art Renewal Center image


A visão da sexualidade no tempo nos ajuda a entendê-la não como proposta individual, mas sim vinculada a uma relação de poder de ordem político-econômica, cultural, social, religiosa, moral e ética, subordinando conceito e comportamento sexual do indivíduo a valores e instituições que evoluem de forma dinâmica, a cada época, nas diferentes civilizações. 

Hebreus:
  • No Gênese a sexualidade é descrita como desejada por Deus e criada como algo bom.
  • Nas passagens bíblicas se observa uma estreita relação entre o sexo e a reprodução através do casamento.

Gregos
  • O homem assumia uma posição especial desde o nascimento, recebendo educação formal ( música, poesia, aritmética, esportes ...).
  • A mulher, ao contrário, não recebia educação formal. Ficava confinada em casa desde o nascimento até o casamento.
  • Nota-se no casamento da época a completa dissociação entre o sexo-reprodução e o sexo-prazer.
  • Época dos Deuses Gregos: EROS – amor carnal, ÁGAPE – amor espiritual.
  • Amor platônico.

Romanos
  • “O marido é o juiz da esposa. Se ela cometeu uma falta, ele a castiga; se ela tomou vinho, ele a condena; se ela é culpada de adultério, ele a mata”, segundo as palavras de Catão.
  • Os romanos eram rigorosamente monogâmicos.
  • O casamento era uma questão pessoal e não requeria sanção religiosa ou governamental, apenas o consentimento paterno.
  • Apesar da mulher ter conquistado alguns direitos e uma certa liberdade, ela ainda era vista como objeto.
  • Época de extravagâncias, prazeres, grandeza e glória.

Cristianismo:
  • A virgindade foi mais exaltada.
  • A poligamia abolida.
  • As relações sexuais eram permitidas apenas para a procriação.
  • Nova religião que escarnecia e castigava os prazeres.
  • É aceito que o Cristianismo aperfeiçoou a natureza bárbara do homem, fazendo-o voltar-se para o seu próximo, para o amor altruísta e também proporcionou novas oportunidades para a mulher.

Idade Média:
  • Para a nobreza, a virgindade deveria ser preservada até o casamento.
  • Para os camponeses, não havia esta imposição de se manter a virgindade.
  • O casamento era um contrato comercial.
  • Sociedade de caráter machista.
  • Há poucas referências à felicidade verdadeira ou à satisfação emocional na relação matrimonial.

Renascença:
  • Luta entre a religião da Idade Média e o Humanismo da Renascença.
  • A mulher foi glorificada por Botticelli, Giorgione e Ticiano.
  • Do séc. XVI para o XVII, o Iluminismo fizera com que o sexo não parecesse tão pecaminoso nem tão repulsivo.
  • Homens e Mulheres podiam começar a associar o Sexo com o Amor.

Idade da Razão:
  • O racionalismo de Galileu e Newton marcaram a época com as descobertas científicas.
  • O dogmatismo religioso deu lugar à razão.
  • As classes sociais mais elevadas buscavam o prazer desvinculado do afeto e do matrimônio.
  • A mulher desta época, já adquiriu maior número de direitos.
  • Datam desta época, também, as leis mais liberais no que diz respeito ao divórcio.

Romantismo:
  • Caracterizado pelo movimento literário, político e social – ROMANTISMO.
  • Presença marcante de sentimentos melancólicos e tempestuosos.
  • Os românticos restringiam sua sexualidade e deixavam fluir torrencialmente suas emoções.
  • Era o nascimento da ERA VITORIANA que foi caracterizada por uma veneração exagerada da vida doméstica e do amor romântico.
  • Modelo de felicidade conjugal – “anjo do lar”.

Século XX:
  • Morton Hunt, em seu livro “The Natural History of Love”, chama a nossa era de “A Idade do Amor”, pois nunca se dedicou tão elevada consideração ao amor.
  • Surgimento da Psicanálise de FREUD com suas teorias acerca da sexualidade humana.
  • Movimento Feminista – direitos financeiros e sociais,direito ao voto, liberdade sexual, aborto , pílula anticoncepcional.
  • Revolução Industrial – abertura no mercado de trabalho.
  • Desenvolvimento dos meios de comunicação – telefone, revistas, filmes, automóvel, televisão...
  • Maior liberdade sexual.

Século XXI:
  • AIDS, Viagra, Terapia sexual, Metrossexual, Inseminação Artificial, HPV, pílula do dia seguinte, Movimento Social LGBT, Movimento Feminista, Estudos sobre Gênero e Diversidade sexual entre outros.

Fontes e Referências:

  1. *Cláudio Eduardo Resende Alves. Formado em Ciências Biológicas (PUC/MG), doutorando em Psicologia pela PUC Minas, mestre em Ensino de Biologia pela mesma universidade e especialista em Educação Afetivo-Sexual pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Integrante do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, onde desenvolve pesquisas sobre as temáticas de sexualidade, gênero e diversidade sexual em interface com o universo da educação. Além disso, participa da elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas de enfrentamento do sexismo e da homofobia nos espaços de convivência escolar. Palestrante e autor do blog: Educação afetivo-sexual na Prefeitura de Belo Horizonte. (Adaptação do livro de Vagner Lapate. Educando para a vida: sexualidade e saúde. São Paulo: Sttima, 1999).
  2. Blog do autor: Educação Afetivo-Sexual na Prefeitura de Belo Horizonte.

14/01/2014

Escolha ou uma questão de nascimento?

Por Edson Caldas


Escolha ou uma questão de nascimento? A pergunta, que é frequente quando se trata de homossexuais, foi feita a moradores héteros de Colorado Springs, no estado do Colorado (EUA). Primeiro, os entrevistados respondiam em relação a gays, depois, sobre eles mesmos. Muitos mudavam de ideia.

“Acho que depende do que as pessoas descobrem enquanto crescem. Acho que é uma escolha, mais tarde”, disse um passante, sobre a homossexualidade. Quando questionado se escolheu ser hétero, ele responde: “Boa pergunta, eu não escolhi”. Diversas pessoas se mostravam surpresas com a segunda questão e diziam nunca ter pensado naquilo.

“Não tenho certeza se é, necessariamente, uma escolha”, opinou uma entrevistada. “Mas, ao mesmo tempo, não estou totalmente certa de que eles [gays] nasceram daquela forma. 


Acho que tem muito a ver com o crescimento.” Quando o repórter pergunta sobre sua sexualidade, ela diz: “Você tem um bom argumento. Eu não acho que escolhi”. Assista ao vídeo:


03/01/2014

As 7 fantasias sexuais do mundo masculino

Por redação ADM




Sentir as sensações mais íntimas numa relação a dois, em que o sexo e o prazer falam entre si, são características de uma relação “mágica”, em que a fantasia, o feitiço e o imaginário mais primitivo levam as pessoas quase sempre ao mundo simbólico do fetiche.

Foto: Biblical illustration of Book of Genesis Chapter 2. Ilustração Bíblica
do livro de Genesis Cap. 2. Autor: 
James Padgett.


Muito se fala do fetiche. Mas o que é verdadeiramente o fetiche? Através do dicionário, é possível verificar que a palavra fetiche tem origem francesa e significa feitiço. O fetiche é, sobretudo, uma espécie de obsessão por alguma coisa, uma situação, pessoa, ou parte da pessoa. Uma atração ou fixação incontrolável que dá origem a um prazer intenso. Nem todas as espécies de fetiches estão diretamente ligadas à prática sexual.

Uma pesquisa encontrou diversos tipos de fetiches desde aqueles considerados “normais” até aqueles menos imagináveis, reconhecidos como fetiches “bizarros”.

Algumas pessoas, talvez as mais tímidas, disseram sentir prazer por alguma parte do corpo humano, como cabelos, nuca, seios, barriga, pernas, nádegas, pés e mãos. Outras disseram sentir desejos por objetos como roupas decotadas ou curtas, uniformes sexy ou fantasias, lingerie nova, joias, sapatos, entre outros.

Foi possível verificar também fetiches originados por situações diversas, desde fazer sexo em locais públicos, como praças, parques, praias, dentro d’água, dentro de automóveis, elevadores, etc.


E ainda há aqueles mais ousados, que citaram:

  • Dominação e submissão: são práticas diretamente ligadas ao sadomasoquismo e fazem parte do acrônimo BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo).Esse tipo de comportamento pode ser classificado como parafilia por algumas pessoas. Também conhecido como D/S, é a forma de se denominar uma relação desigual estabelecida entre duas pessoas, onde todo o poder é dado ao dominante e cabe a parte submissa obedecer por livre e espontânea vontade, realizando tarefas e obedecendo ordens que podem ou não ter conotação sexual.
  • Sadomasoquismorefere-se a relações entre tendências diferentes entre pessoas buscando prazer sexual. O termo sadomasoquismo seria a relação entre tendências opostas, o sadismo e masoquismo. O sadismo é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em impor o sofrimento físico e moral a outra pessoa. O masoquismo é a tendência oposta ao sadismo, é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em receber o sofrimento físico e moral de outra pessoa. A relação destas duas tendências não representa que a mesma pessoa possui as duas tendências e sim um contato entre pessoas com tendências opostas, sadomasoquismo não é uma tendência e sim relações entre tendências. O sadomasoquismo nem sempre envolve o sexo com penetração, sendo muito comum a masturbação mútua.
  • Voyeurismoé uma prática que consiste num indivíduo conseguir obter prazer sexual através da observação de pessoas. Essas pessoas podem estar envolvidas em atos sexuais, nuas, em roupa interior, ou com qualquer vestuário que seja apelativo para o indivíduo em questão, o/a voyeur. A prática do voyeurismo manifesta-se de várias formas, embora uma das características-chave é que o indivíduo não interage com o objeto (por vezes não cientes de estarem sendo observados); em vez disso, observa-o tipicamente a uma relativa distância, talvez escondido, com o auxílio de binóculos, câmeras, etc., o que servirá de estímulo para a masturbação, durante ou após a observação.
  • Ménageé uma expressão de origem francesa cujo significado originalmente denominava um domicílio habitado por três pessoas em vez de um casal. Sua tradução literal é "moradia a três". Atualmente é utilizada para designar os relacionamentos sexuais entre três pessoas. O ménage feminino (um homem e duas mulheres) ficou mais conhecido, mas hoje alguns casais também convidam homens para compartilhar momentos de prazer, alguns até chamando um número bem maior de homens, sendo assim uma orgia.
  • Bukkake é uma prática sexual de origem japonesa, tornada comum na indústria pornográfica nos anos recentes. O termo é originário do Japão cuja tradução aproximada é "espirrar água". Foi erroneamente sugerido como oriundo de uma prática medieval japonesa onde se castigava uma mulher adúltera, previamente amarrada e ajoelhada sobre uma esteira, sendo submetida à ejaculação de vários homens. Desde finais da década de 1990 tornou-se um fetiche, existindo produções de vários estúdios norte-americanos e europeus dedicados ao gênero. Deduzidas as variações, o bukkake é encenado com uma pessoa se postando de joelhos e aguardando que vários homens em pé se masturbem e ejaculem sobre o seu rosto. É também chamado de Sexo Facial (embora o termo Sexo Facial não seja tão específico, podendo significar apenas o ato de ejacular na face, não necessariamente sexo grupal).
  • Pompoarismo: é uma antiga técnica oriental, derivada do tantra, que consiste na contração e relaxamento dos músculos circunvaginais, buscando como resultado o prazer sexual. Para o domínio da técnica são realizados com o auxílio dos ben-wa, que consistem em pequenas bolas ligadas através de um cordão de nylon, conhecidas também como bolinhas tailandesas (no caso das mulheres), e na contração na musculatura no esfíncter e dos músculos do períneo (no caso dos homens). Afirma-se ainda que o pompoarismo pode ser benéfico contra incontinência urinária e na preparação do canal para partos mais fáceis. O pompoar, no caso dos homens, está relacionado a levantar pequenos pesos, contraindo a musculatura do pênis a fim de obter melhores resultados sexuais.
  • Beijo gregoAnilingua, também denominada anilingus, significa literalmente o intercurso da língua de alguém com o ânus de outro. Na prática, consiste em lamber e beijar o ânus, pela fruição em si ou como preliminar para o sexo anal, geralmente com o propósito de relaxar o esfíncter e propiciar uma melhor abertura do ânus. Este é provido de inúmeras terminações nervosas constituindo uma zona erógena particularmente sensível a qualquer estímulo. O termo foi cunhado pelo sexologista Richard von Krafft-Ebing em seu livro Psychopathia sexualis (1886).


Existe gosto pra tudo, o que vai definir o uso do fetiche entre o casal é a intimidade e curiosidade de ambos. Há pessoas que gostam de assistir um filme pornô com o parceiro(a), ou ainda gravar um vídeo do casal e depois assistirem juntos, entre outras práticas que também são consideradas atos de fetiche.

Mas afinal, qual será o fetiche de cada um? O fetiche que todos nós escondemos e que adoraríamos, um dia, poder praticá-lo?

Para apimentar seu relacionamento, que tal começar a explorar os seus fetiches e os de seu parceiro? Afinal, fetiches são temperos poderosos para tornar o sexo mais quente!

Muitas mulheres, inclusive as mais jovens e “modernas”, querem saber mais sobre os desejos masculinos para obter mais sintonia sexual. A maioria concorda que “entre quatro paredes vale tudo”, mas no geral os casais acabam vivendo poucas variações e caem na temida rotina. Porque isso acontece? Muitos, apesar de tantas informações, desconhecem seus desejos ou não acreditam que seu parceiro também tenha essas fantasias.

Por isso nós da redação ADM traremos a vocês, mais informações sobre os principais fetiches masculinos e femininos. As fantasias podem fazer parte das “brincadeiras” e incrementar o erotismo na relação.

Segundo algumas pesquisas realizadas pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexologia Humana (SBrash), a fantasia número um dos homens é a de transar com duas mulheres. O ménage traz à tona medo e insegurança na maioria das mulheres. Uma terceira pessoa poderá fragilizar a autoestima e autoconfiança em relação ao vínculo afetivo e à imagem corporal. Tudo isso costuma deixar as mulheres resistentes a essa experiência. Mas existem aquelas que resistem por perceber uma excitabilidade excessiva nessa possibilidade de estar intimamente com outra mulher. A realização dessa fantasia implica numa relação de confiança pessoal e interpessoal, mas não deve ser tomada por pressão ou medo de que o outro busque sozinho esse prazer.

Um dos caminhos que pode trazer excitação e envolvimento pode ser o de usar uma fantasia, isso faz os homens imaginarem que a sua mulher é outra pessoa. Muitos homens desejariam ser surpreendidos por uma sessão de sexo com apetrechos. Pode ser um vibrador, uma lingerie sensual nova ou ainda, uma peça ousada de couro, máscaras, vendas, algemas, chicotes entre outros objetos.

Alguns relatam que adorariam ficar de olhos vendados enquanto a mulher espalha gelo, mel, chantily, leite condensado, chocolate quente derretido, ou cera quente em caminhos inusitados até chegar num sexo oral caprichado.

Grande parcela dos homens reclama que suas parceiras têm receio ou nojo de sexo oral. Mas isso deve ser um tema acordado entre os dois. Ao praticar sexo oral você pode se contaminar com muitas doenças sexualmente transmissíveis, inclusive Aids, por isso, use sempre camisinha.

Há o desejo de muitos de que sua parceira sinta vontade de praticar sexo anal. Outros têm o desejo de pedir carícias na região anal, mas não pedem por medo de ter sua masculinidade questionada. Há quem diga que esses receios precisam ser desmistificados, pois a região perianal apresenta alta sensibilidade e grande eroticidade.

Cabe ao casal começar a ousar e realizar com um pouco mais de envolvimento o prazer sexual. Ainda existem mulheres que deixam essa responsabilidade para os homens. Elas também têm de participar.

A sexóloga Dalva Machado,* mestre em Psicologia, e segundo ela, “o fetiche é uma forma de fantasia sexual saudável, uma brincadeira¸ cujo objetivo é diversificar a transa. A maioria das pessoas são fetichistas em alguma situação, pois cada uma se sente fascinado por determinado estilo de vestimenta ou por pessoas dotadas de certos atributos ou características físicas”.

O fetichismo, visto como parafilia, é um desvio de comportamento sexual. Segundo a sexóloga, “isso pode ser um distúrbio psicológico, tendo como foco principal objetos inanimados que, direta ou indiretamente, estão em contato com o corpo da pessoa amada, tendo como finalidade o estímulo, excitação e prazer sexual”. E ainda ressalta: “O fetichista não consegue sentir atração por uma mulher por inteiro. Passa a amar apenas parte dela, ou o objeto relacionado a ela, como por exemplo botas, lingerie, roupas de couro, mamas, mãos, pés, calcinha, meias, nádegas, etc., como forma de obter satisfação sexual.”

Dalva Machado considera que o fetichismo só é considerado uma parafilia quando apresenta anormalidades no comportamento sexual “isso pode ser detectado quando as fantasias, atividades ou práticas sexuais são recorrentes, intensas e obsessivas, ocasionando perda de liberdade de opções e alternativas sexuais. Pode-se observar com frequência, que o indivíduo não consegue obter excitação, prazer e orgasmo sem seu fetiche. Logo poderá causar prejuízos significativos e sofrimento relevante em áreas importantes da vida da pessoa portadora da parafilia”.

Quando se trata de parafilia, geralmente o tratamento envolve uma equipe multidisciplinar. São utilizadas medicações, terapia cognitivo comportamental e terapia em grupo. Os profissionais envolvidos, via de regra, são os psicólogos, sexólogos e psiquiatras. A sintomatologia varia de pessoa para pessoa em razão das particularidades de cada um. Então, torna-se necessário uma avaliação cuidadosa para que seja realizada uma intervenção adequada.

A sexóloga ainda completa dizendo: “Os fetiches são saudáveis para o relacionamento, mas não podem ser confundidos com desejos reprimidos, externados de forma incorreta, nem mesmo com traumas passados. As parafilias, muitas vezes originam-se de traumas, e uma vez superado, a pessoa retorna a uma vida normal, tanto no seu relacionamento como no convívio social.”

Fontes e referências:

  1. Dalva Machado. Psicóloga clínica e sexóloga.
  2. Wikipédia. A enciclopédia livre. Verbetes: todos os relacionados ao tema acima. 
  3. Fotos: Wikimedia Commons. James Padgett, ilustrador americano, nasceu em 1931.