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29/01/2014

Quando a cor dos segregados não é vista


O Brasil é um país que naturalizou, ao nível das instituições, todo tipo de segregação: racial, étnica, classista, de gênero, regional, capacitista… Crianças aprendem a classificar, ignorar ou odiar seres humanos em suas próprias casas, nas ruas, nas escolas, e crescem para replicar inadvertidamente ou propositadamente esses ensinamentos. Mas somente os que sofrem tal apartação percebem isso.

Foto: Campanha Rio sem homofobia. Fonte: Governo do Estado do RJ

Há 10 anos o pesquisador Luís Mir publicou um livro que evidencia o estado das coisas nesta nação que se quer democrática, chamado “Guerra Civil: Estado e Trauma”: os nossos índices de violência são epidêmicos, dignos de conflitos nacionais; as nossas favelas são como campos de concentração, espaços de marginalizados na sociedade racista, que não aceita a existência digna desse outro e, por meio do Estado promove a exclusão de grande parcela da população.

Os diversos feminismos que adotam e aplicam o conceito de intersecionalidade, criado pelo Feminismo Negro, reconhecem e denunciam a realidade degradada pelas discriminações multiplicadas pelas diferentes identidades sociais das pessoas, e felizmente têm se tornado mais populares no discurso comum de quem reflete criticamente sobre tudo isso que aí está: as opressões se entrelaçam e se potencializam de formas perversas, quando há dificuldade no acesso a ensino de qualidade ou até mesmo abandono das escolas (outro nome para expulsão), decorrente de abusos constantes; quando se é preterido(a) em uma seleção de emprego porque o(a) concorrente se enquadra nos padrões valorizados pela sociedade; quando se é assassinado(a).

As propagandas com gente considerada bonita não me desmentem: maciçamente brancas em um país massivamente negro.
Gente é segregada não apenas por ser negra, mas por ser mulher negra; não apenas por ser mulher negra, mas também por, comumente, morar em uma periferia, por ser pobre, por eventualmente expressar uma orientação sexual não hegemônica, ou por, em alguns casos, vivenciar uma identidade de gênero que não se restringe à socialmente atribuída.

Para além das violações diárias de direitos, quando se fala de pessoas trans — tal como ocorre com outras dimensões da diversidade humana — é rotineiro se ignorar que elas vivenciam uma diversidade identitária e de sociabilidade, tal como quaisquer outras pessoas. Limito-me neste texto à questão das pessoas negras trans, parcela invisível e evidentemente significativa da população transgênero brasileira.

Fui indagada certa vez sobre a situação das pessoas trans negras neste país, e posso sintetizar a resposta em dois fatos: como pessoas negras, elas são violentadas pelo racismo estrutural, e quando se pensa em uma pessoa trans, geralmente se remete à imagem de uma mulher trans branca, apesar de a maioria ser negra. O racismo e o sexismo funcionam no contexto da transfobia maximizando o apagamento das identidades, das necessidades, e mesmo as existências, de negras e negros trans.

Ao mesmo tempo, a diluição das particularidades das pessoas trans no conjunto político-histórico formado por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Intersexuais (LGBTTTI), no contexto de uma dependência ainda patente dos movimentos trans com relação aos outros (financeira, organizacional, ideológica), pouco tem incentivado uma parte considerável das mulheres trans a se reconhecerem como integrantes de movimentos de mulheres, tampouco tem engajado pessoas trans negras a se reconhecerem no âmbito dos discursos de Consciência Negra e Negritude.

Por outro lado, os novíssimos movimentos negros, feministas e trans, preponderantemente online e independentes das militâncias orgânicas ou das instituições acadêmicas, têm possibilitado, senão estimulado, intensas reflexões sobre as interações de suas pautas, de suas gentes; e têm mobilizado a população a repensar seu status, a construir novas estratégias de enfrentamento — discursivas e práticas — ao status quo adverso.

Esses(as) novos(as) militantes e pensadores(as) não se prendem às antigas caixinhas, podem lá ter suas caixas, mas é notável que, inclusive em função da natureza dinâmica de seu meio de comunicação, a internet, elas precisam ser desmontadas com frequência para continuarem tendo alguma importância social.

Ao nível individual, os desafios de ser mulher negra trans, que começam com a insistência coletiva em negar ou ridicularizar a dignidade de ser e se aprofundam no impedimento de avanços significativos em termos educacionais e laborais, são enfrentados com a ousadia de se valorizar a própria identidade, de criar espaços alternativos de diálogo e de buscar conhecer as histórias daquelas que nos antecederam. Elas que corajosamente criaram possibilidades de existência em conjunturas mais adversas, mesmo que não lhes fosse permitida qualquer ascensão socioeconômica, reconhecimento social ou civil.

É por tudo isso que o Dia da Visibilidade Trans precisa se lembrar das negras e dos negros que o tornaram necessário.

Fontes e referências:


09/12/2013

Sexo Tântrico

Por redação ADM



A palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.

Tal denominação tem as suas raízes em fatores históricos muito sutis, pois esta filosofia comportamental, durante a época medieval, foi severamente reprimida na Índia Hinduísta, fortemente espiritualizada. Esta era a forma como os seguidores desta filosofia a viam. Libertadora, mas mantida em segredo (na escuridão).

Dispondo de imensos significados e interpretações, mais ou menos corretos, tais como teia, trama ou entretecido. Tantra pode ser interpretado, mais corretamente, como algo que é regulado por regras gerais.


Sexo Tântrico


O sexo Tântrico cria uma nova perspectiva, uma inspiração erótica de grande riqueza, uma capacidade de reflexão profunda e sensibilidade vital extrema que pode até gerar um tempo e espaço diferentes durante o contato sexual. Isto que promove as relações tântricas sua imagem mágica e alteração temporal.

A prática tântrica pode ser realizada por qualquer pessoa que se proponha a tentar alcançar o prazer supremo e prolongado. Não é de interesse do sexo tântrico, o número de orgasmos ou de ejaculações que se alcance e sim a experiência que é uma comunhão física e espiritual com o parceiro para lucidar-se com o quão intenso pode ser o prazer.

Para isto, é necessário um alto nível de concentração que propicia o desapego de toda censura imposta por si mesmo e também aumenta a sensibilidade do erotismo.


A Energia no Tantra


O tantra considera que todos os seres vivos são formados de energia dentro de seus diversos níveis como vegetal, mineral e animal. Também considera que antigamente o ser humano era um todo completo, pois teria sido criado sexualmente andrógeno e assim que foi dividido em dois seres, só conseguiria alcançar seu ápice do seu ser encontrando seu sexo oposto que o correspondesse. Como o ser humano este diretamente ligado a rede energética do universo, a prática sexual realiza a liberação e a troca de energia necessária para alcançar o equilíbrio dito pelo Tantra.

Com a troca de energia durante o contato sexual (que para o Tantra, não é alcançar o orgasmo e sim o prazer supremo e prolongado) o homem tem uma grande descarga de energia quando alcança um orgasmo e a mulher ao ter vários orgasmos nutre e recarrega a energia de seu parceiro.


Os princípios tântricos


Dentro do conhecimento Hinduísta há abrangência para a sexualidade e espiritualidade como forma de crescimento e desfrutamento próprio e com todo universo, e atingir o prazer de uma vida mais rica e equilibrada.

O Tantra é uma palavra de origem sânscrita que quer dizer trama ou tecido, e que na língua ocidental recebeu significado de doutrina ao sentido que se entrelaça uma serie de ensinamentos e práticas sexuais e espirituais.


Esculturas eróticas




Foto: Uma das inúmeras esculturas que exploram a sexualidade
em um dos templos de Khajuraho. Fonte: Wikimedia Commons


Algumas correntes de opinião mais críticas catalogam os templos de Khajuraho como uma forma de expressão do Hinduísmo ligada ao nudismo ou o sexo, mas as correntes de opinião contrárias contrapõem, afirmando que na atualidade os templos não têm expressão religiosa existente, servindo apenas como meros monumentos.

A dinastia Hindu Rajput dos Chandelas era seguidora do culto tântrico, segundo algumas opiniões, muitas vezes mal interpretado, que crê na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total (e posteriormente o Nirvana).


Foto: outra escultura que explora a sexualidade em um
dos templos de Khajuraho. Fonte: Wikimedia Commons


Pensa-se que os segmentos filosóficos do tantrismo, como é o exemplo do "Mahanirvana Tantra" tenham sido completamente esquecidos após o abandono do local como forma de culto, o que pode explicar o porquê dos grupos tântricos terem desaparecido.


Curiosidades


Nenhum dos templos de Khajuraho contem temas relacionados com a sexualidade nas suas áreas interiores, estando a representação erótica presente apenas através das esculturas nas paredes exteriores de alguns templos. A razão para esta organização dos elementos eróticos estará ligada ao fato de que, o visitante crente que pretendia estar perto da divindade, deveria deixar os seus desejos sexuais fora do templo. Seria assim experimentada por parte do crente, uma pureza interior inerente à divindade com o qual se pretenderia manter contacto, mantendo igualmente a pureza de atman (ou da alma) para que não houvesse lugar a um estado de desejo ou tendências grosseiras, medo do destino, etc.

Os elementos eróticos estão presentes apenas em cerca de dez por cento de todas as esculturas, representando cenas de erotismo ou sexo entre figuras humanas e não entre divindades. As restantes esculturas representam situações da vida social da altura, como são os exemplos das esculturas que representam mulheres a colocar maquiagem, músicos, oleiros, camponeses, etc. Todas estas representações estão fora das zonas sagradas dos templos, indicando que o visitante crente deveria tomar Deus como o ponto central da vida, mesmo quando existem assuntos normais da vida para tratar.

É um erro comum concluir que, uma vez que o complexo de Khajuraho é constituído por templos, estes representam práticas sexuais entre divindades.

Nos templos de Khajuraho, os ídolos de Shiva, Nandi, Princesa Durga, representações de encarnações de Vishnu, etc. estão completamente vestidos.

Na Índia, não existem templos que contenham representações de ídolos ou divindades em poses de nudismo ou em posições eróticas.


Fontes e referência:

  1. Textos: Wikipédia. A enciclopédia livre. verbetes Sexo tântrico, tantra, hinduísmo, kamasutra.
  2. Imagens: acervo de conteúdo livre da Wikimedia Foundation, que pode ser utilizado por projetos Wikimedia Commons.