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07/11/2013

Desejos e erotismo femininos em "Tram"

Ponto de vista feminino em meio à tradição tcheca de Michaela Pavlátová


Por redação ADM

Michaela Pavlátová* é uma artista completa e com muita coragem. Ela vive perto dos limites, aborda sem medo temas ainda polêmicos, como a sexualidade e o erotismo feminino. A artista tcheca já é figura carimbada no Anima Mundi que em 2012 trouxe seu filme "Tram", às telas brasileiras. E é sobre ele que escrevemos a seguir.


Foto: A condutora de Tram e seus passageiros: os desejos femininos 
como pauta na animação


Em Tram, Michaela aborda a rotina e os desejos de uma condutora de bonde, que se entrega as fantasias eróticas envolvendo seus passageiros. O curta foi feito como parte do projeto Sexperiencies, produzido pela Association Beaumarchais e Procirep, que realizou uma coleção de curtas que exploram a sexualidade feminina.


Foto: animadora, produtora, cineasta e diretora Michaela Pavlátová


E esse é justamente um dos diferenciais de Michaela em meio à tradição tcheca de animação: o ponto de vista feminino. Em um país com nomes de peso como Jiří Trnka e Jan Švankmajer – que veio ao Brasil como convidado do Anima Mundi de 95 – era necessário uma visão diferenciada. Em comparação aos artistas anteriormente citados, os interesses da animadora são muito mais pessoais, exploram as motivações emocionais por trás dos dramas banais do cotidiano.

Ela mesmo confessa essa tendência no seu curta-metragem This Could Be Me: “Eu gosto do mundo das coisas comuns. A realidade pode ser mais interessante do que a ficção. (…) Eu gosto de observar as pessoas, de observar seus rostos e criar histórias escondidas atrás de suas palavras.


Trailer do curta "Tram" de Michaela Pavlátová


Mas ao mesmo tempo, a artista indicada ao Oscar em 1992 tem similaridades com a tradição de seu país, que como o escritor especialista em animação Chris Robinson define é conhecido por “uma combinação estranha do racional com o absurdo“. E nisto Pavlátová é especialista. A animadora utiliza-se de associações e símbolos (como a marcha que a condutora de Tram manuseia, assim como os bilhetes que seus passageiros inserem na caixa do bonde) carregados de significado para transmitir suas histórias, que são uma mistura de ironia, humor negro, e claro, um deleite pelo absurdo e pelo erotismo. Quem disse que animação é só para as crianças?


Sobre a autora:


Os filmes animados de Pavlátová receberam vários prêmios em festivais de cinema internacionais, incluindo uma indicação ao Oscar em 1993 para o 65º Prêmio da Academia e o Grande Prêmio do Festival Internacional de Cinema de Montreal por Reci, Reci, Reci/Words, Words, Words. Seu curta animado Repete ganhou uma série de prêmios, incluindo o Urso de Ouro de melhor curta no Festival internacional de Cinema de Berlim em 1995, o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Animação de Annecy em 1997 e o Grande Prêmio no Festival Internacional de Animação de Hiroshima em 1996.


Seu filme mais recente, Tram, ganhou o prêmio Cristal de Annecy no Festival de Cinema de Animação de Annecy em 2012, e é um provável candidato ao Oscar em 2012. O filme retrata as fantasias eróticas de uma condutora de bonde, e foi concebida como parte de uma antologia chamada Sexperiences, dirigida por Sandra Schultze, e produzida por Ron Dyens, pela produtora Sacrebleu Productions. De acordo com o crítico Olivier Cotte, "desejo e sensualidade são preocupações constantes" dos filmes de Pavlátová. O filme demorou seis meses para ser produzido, usado o software Adobe Flash.

Entre 1998 e 2001, Pavlátová dividiu seu tempo entre Praga e São Francisco, onde ela começara a trabalhar como diretora de arte na companhia Wild Brain. Na empresa, ela produziu trabalho comercial para marcas como Nestlé, Kodak e Mazda, além de criar e dirigir Graveyard, uma série animada sobre infortúnios que resultam na morte. Graveyardfoi exibida na sessão Panorama em Annecy e ganhou o primeiro prêmio em sua categoria no festival World Animation Celebration. A série foi originalmente criada em Adobe Flash como um site interativo que imitava um cemitério, no qual cada episódio era exibido à medida que o usuário clicava em determinada lápide. Posteriormente algumas histórias foram selecionadas e compiladas na forma de um filme animado. Pavlátová, sobre sua adoção do Flash no fim dos anos 90, disse: "É uma grande e repentina liberdade para os animadores, agora eles podem trabalhar em casa".


Referências e notas:



  1. * Michaela Pavlátová. Formada na Academia de Artes, Arquitetura e Design de Praga em 1987. Ela ensina animação em Praga na FAMU / Academia de Artes Performáticas em Praga, Escola de Filme e TV (Tcheco: Filmová a televizní fakulta Akademie múzických umění v Praze). Ela também ensinou na VSUP / Academia de Artes, Arquitetura e Design em Praga (Tcheco: Vysoká škola uměleckoprůmyslová v Praze, abreviada VŠUP). Em São Francisco ensinou na Academy of Art University, no Computer Arts Institute e no California College of the Arts, assim como no Departamento de Estudos Visuais e Ambientais na Universidade de Harvard.
  2. Wikipédia. Verbete Michaela Pavlátová.
  3. Anima Mundi. Disponível em: clique aqui.

04/11/2013

5 dicas de como aumentar o prazer durante o sexo

5 preliminares para aumentar o prazer durante o sexo

Por Redação ADM



Românticas ou não, a maior parte das mulheres sempre espera uma noite de amor com horas e horas de sinos tocando durante o sexo. Na vida real, no entanto, maratonas sexuais podem ser um pouco frustrantes. Na verdade, diversas pesquisas já mostraram que a maior parte dos casais prefere que o sexo dure não mais do que 15 minutos.



Foto: Kiss. Fonte: Banco de imagens royalty free

Para aumentar o prazer nessas "rapidinhas" - que convenientemente se encaixam bem na rotina cada vez mais atribulada dos jovens casais -, a revista Health Magazine elaborou algumas dicas para fazer desses poucos minutos momentos de pura excitação para você e seu parceiro. Confira:
  1. Não pare de beijar. Beijinhos e beijões durante as tarefas comuns aumenta a velocidade com que você e o parceiro ficam excitados, pois o organismo já começa a se preparar para o sexo. Além disso, o gesto fará com que vocês se sintam mais íntimos, sem que a rapidez deixe uma sensação de vazio depois.
  2. Mantenha-se vestida. Por que perder minutos preciosos tirando a roupa? Além disso, deixar uma peça aqui e ali é uma poderosa forma de excitar o parceiro. É como se ambos não pudessem esperar em segundo para curtirem o sexo.
  3. Mudem de lugar. Cinco minutos de sexo na cama provavelmente não a deixará tão feliz. Mas cinco minutos durante o banho? Ou na mesa da cozinha? A novidade é sempre um poderoso aliado para aumentar a excitação, especialmente quando há o risco de serem flagrados por alguém.
  4. Fantasie. Quando você está tentando entrar no clima o mais rápido possível, fantasiar com cenas excitantes pode ajudar - e muito! - no processo. Isso porque o cérebro irá reagir às imagens e preparar o corpo para o sexo. Além disso, você irá ficar mais concentrada no parceiro, o que já é por si só uma excelente preliminar. 
  5. Converse. Não, não estamos falando de uma DR em pleno sexo. Fale com seu parceiro durante o ato. Sussurre, grite, fale coisas doces ou apimentadas. Isso ajuda ambos a manter o foco um no outro e a lembrar do que os dois têm de especial que os mantém atraídos. 

Referências e notas:

  1. Revista Health. Disponível em: http://www.health.com/health/ 
  2. Foto: banco de dados royalty free.

31/10/2013

"Diferentes: pensando conceitos e preconceitos"

Por Cláudio Eduardo Resende Alves*



Livro: Diferentes: pensando conceitos e preconceitos.
Autora: Liana Leão


Resenha: livro "Diferentes: pensando conceitos e preconceitos"


As palavras plura
lidade e diversidade nunca foram tão usadas nos discursos políticos pedagógicos na contemporaneidade. Em um mundo globalizado que agoniza num planeta a beira do caos ecológico, despontam alguns seres pensantes que reconhecem e valorizam a convivência com os diferentes. 

Marcos legais, em âmbito federal brasileiro, como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Plano Nacional de Direitos Humanos legalizam direitos que todo brasileiro, de qualquer credo religioso, etnia, sexo, gênero e orientação sexual, tem de exercer sua cidadania. O preconceito que tanto violenta e agride os seres humanos, está pautado no individualismo, na intolerância e no desrespeito à essência do próximo. 

Dentro dessa perspectiva pró-diversidade, o livro Diferentes: pensando conceitos e preconceitos de Liana Leão, é um excelente aliado para o trabalho em sala de aula. De forma lúdica, a autora descreve sua história em prefeita sintonia com o universo infanto-juvenil. Transitando entre temáticas como família, religião, esporte, etnia, corporeidade, padrões de beleza e personalidade, o texto apresenta a cada página a ambiguidade inerente a todo ser humano. Nas palavras da própria autora: “(...) somos todos imperfeitos, demasiadamente humanos”.

As ilustrações de Márcia Széliga são um capítulo a parte, pois, no diálogo com o texto, elas ganham vida própria ao criar um mundo imaginário, habitado por personagens bizarros e bem humorados. São usadas metáforas como a do lápis, que ao fazer ponta diminui, mas ao mesmo tempo cresce ao adquirir experiência na vida, e do pincel, outro objeto recorrente na narrativa, que pode ser visto como uma alusão à diferença no mundo, expressa na variedade de cores, formatos e tamanhos.

A imagem de crianças nas páginas do livro se harmoniza perfeitamente com o verbo crescer, constantemente empregado no texto: “Crescer significa descobrir a realidade em sua variedade infinita e aceitar suas múltiplas polaridades, para depois seguir em frente com alegria e construir sua própria história”.


Um livro para ler, ilustrar, degustar, refletir com crianças, jovens a adultos, enfim um convite ao pensar diferente e ao olhar para o mundo com outros olhos. Olhos coloridos ou não, olhos grandes ou não, olhos da face ou do coração.


Referências e notas:

  1. *Cláudio Eduardo Resende Alves. Formado em Ciências Biológicas (PUC/MG), doutorando em Psicologia pela PUC Minas, mestre em Ensino de Biologia pela mesma universidade e especialista em Educação Afetivo-Sexual pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Integrante do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, onde desenvolve pesquisas sobre as temáticas de sexualidade, gênero e diversidade sexual em interface com o universo da educação. Além disso, participa da elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas de enfrentamento do sexismo e da homofobia nos espaços de convivência escolar. Palestrante e autor do blog: Educação afetivo-sexual na Prefeitura de Belo Horizonte.
  2. Foto: capa do livro Diferentes: pensando conceitos e preconceitos. Autora: Liana Leão. São Paulo: Editora Elementar, 2006.