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20/11/2013

Poliamor

Por redação ADM

Foto: símbolo do poliamor. Fonte: Wikimédia Commons

Poliamor (do grego πολύ - poli, que significa muitos ou vários, e do Latim amor, significando amor) é a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos, não devendo no entanto ser confundido com pansexualidade.

Poliamor é frequentemente descrito como consensual, ético, responsável e não-monogâmico. A palavra é por vezes utilizado num sentido mais amplo para se referir a relações sexuais ou romântico que não incluem apenas sexo, embora haja discordância sobre quão amplamente se aplica; a ênfase na ética, honestidade e transparência como um todo é amplamente considerada por seus defensores como crucial para definir sua característica. 

Em outras palavras, o poliamor como opção ou modo de vida, defende a possibilidade prática e sustentável de se estar envolvido de modo responsável em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente. 

O Poliamor como movimento é mais visível e organizado principalmente nos Estados Unidos, acompanhado de perto por movimentos na Alemanha e Reino Unido. No Brasil, já há até jurisprudência reconhecendo relações poliamorosas, sendo uma das principais estudiosas do assunto no país, a Dra. Regina Navarro. Recentemente, a imprensa em geral tem feito a cobertura quer do movimento poliamor em si, quer dos episódios que lhe estão ligados. Em Novembro de 2005 realizou-se a Primeira Conferência Internacional sobre Poliamor (International Conference on Polyamory & Mono-Normativity) em Hamburgo, Alemanha. 

A palavra em si já foi inventada várias vezes, a maior parte das quais sob a forma de adjetivo (inclusivamente utilizado para referir Henrique VIII, Rei da Inglaterra). Existe publicada em Português uma breve história sobre a palavra. 

Formas de Poliamor


Existem várias maneiras de o pôr em prática, consoante às preferências dos interessados, e necessariamente deve envolver o consentimento e a confiança mútua de todas as partes envolvidas. 

Polifidelidade: envolve múltiplas relações românticas com contacto sexual restrito a parceiros específicos do grupo. 

Sub-relacionamentos: distinguem-se entre relações "primárias" e "secundárias" (um exemplo é a maioria dos casamentos abertos) 

Poligamia (poliginia e poliandria): uma pessoa casa com diversas pessoas (estas podem ou não estarem casadas ou terem relações românticas entre elas). 

Relações em Grupo/casamento em grupo: todos se consideram associados de forma igualitária. 

Popularizado até certo ponto por Robert A. Heinlein, em romances como: Stranger in a Strange Land e The Moon Is a Harsh Mistress, Starhawk nos seus livros The Fifth Sacred Thing e Walking to Mercury. 

Redes de relacionamentos interconectados: uma pessoa em particular pode ter relações de diversas naturezas com diversas pessoas. 

Relações Mono/Poli: um parceiro é monogâmico, mas permite que o outro tenha relações exteriores. 

Os chamados "acordos geométricos", que são descritos de acordo com o número de pessoas envolvidas e pelas suas ligações. 

Exemplos incluem "trios" e "quadras", assim como as geometrias "V" e "N". O elemento comum de uma relação V é algumas vezes referido como "pivô" ou "charneira", e os parceiros ligados indiretamente são referidos como os "braços". Os parceiros-braço estão ligados de forma mais clara com o parceiro pivô do que entre si. Situação contrastante com o "triângulo", em que todos os 3 parceiros estão ligados de forma equitativa. Um trio pode ser um "V" , um triângulo, ou um "T" (um casal com uma relação estreita entre si e uma relação mais tênue com o terceiro). A geometria da relação pode variar ao longo do tempo. 

Algumas pessoas em relações sexuais e/ou emocionais exclusivas podem, mesmo assim, auto-intitularem-se poliamorosas, se tiverem laços emocionais relevantes com outras pessoas. Adicionalmente, pessoas que se descrevem como poliamorosas podem entrar em relações monogâmicas com um determinado parceiro, quer por terem negociado a situação, quer por se sentirem bem com a situação monogâmica com aquele parceiro em particular. Alguns praticantes do poliamor são adeptos do swing

Relações abertas 


Foto: Polyamory contingent. Parada do poliamor em San Francisco EUA, 2004. 
Fonte:  Wikimédia Commons

A expressão relacionamento aberto indica uma relação afetiva estável (usualmente entre duas pessoas) em que os participantes são livres para terem outros parceiros. Se o casal que escolhe esta alternativa é casado, fala-se em casamento aberto. "Relação aberta" e "poliamor" não são sinônimos. Em termos genéricos, "aberto" refere-se a uma não exclusividade sexual no relacionamento, enquanto o poliamor envolve a extensão desta não exclusividade para o campo afetivo ao permitir que se criem laços emocionais exteriores à relação primordial com certa estabilidade. 

Alguns relacionamentos definem regras restritas (ex: polifidelidade); estas relações são poliamorosas, mas não abertas. 

Alguns relacionamentos permitem sexo fora da relação primária, mas não uma ligação emocional (como no swing); estas relações são abertas, mas não poliamorosas. 

Alguns poliamorosos não aceitam as dicotomias de "estar numa relação/não estar numa relação" e "parceiros/não parceiros". Sem esta separação não faz sentido classificar uma relação de "aberta" ou "fechada". 

Grupos de Suporte e Intervenção 


Poliamor como modo de vida pode, em muitas sociedades, ser contra as normas de comportamento geralmente aceitas (mesmo quando respeita as leis vigentes). Assim, os seus praticantes e/ou simpatizantes sofrem pressão mononormativa para se adequarem à norma de comportamento. Para se ajudarem mutuamente ou conhecerem pessoas com modo de vida semelhante, simpatizantes e praticantes do poliamor têm-se constituído em redes locais ou virtuais de suporte, discussão ou mesmo intervenção social (usando extensivamente a internet). Neste último caso, poli-ativistas procuram intervir na sociedade em que se inserem, tentando criar uma imagem positiva e merecedora de respeito junto à sociedade majoritária. Por outro lado, consideram que a ajuda e o suporte emocional por vezes lá prestado constitui por si mesmo uma forma de intervenção social. Dirigido a Portugal e/ou às comunidades de língua portuguesa, existe o Poly Portugal. Existem outros grupos semelhantes no Brasil.


Livros

  • A Convidada (Simone de Beauvoir), romance baseado em episódios reais de sua própria experiência com seu marido e Olga Kosakiewicz.
  • Dona Flor e seus dois maridos (Jorge Amado), no qual discute-se à exaustão os limites da fidelidade e do amor.
  • The Ethical Slut (Dossie Easton e Catherine A. Liszt)
  • Geta (Donald Kingsbury), livro de ficção científica onde se abordam os casamentos de grupo.
  • Friday (Robert A. Heinlein), livro de ficção científica sobre uma mulher geneticamente melhorada. Ao longo do livro ela faz parte de vários casamentos de grupo.
  • As Historietas de Alice (Elise Hirako), livreto de contos e ilustrações que abordam o tema onde Alice e Anita são formas de amar.

Filmes

  • Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona)
  • Whatever Works (Tudo pode dar certo)
  • Jules et Jim (Uma mulher para dois)
  • Y tu mamá también (E Sua Mãe Também)
  • The Dreamers (Os Sonhadores)
  • Too Much Flesh (Portugal: Demasiada Carne/Brasil: À Flor da Pele)
  • Threesome (Três Formas de Amar)
  • Les Chansons d'amour (Canções de Amor)
  • Drama 2010 (Drama 2010)
  • Dieta Mediterrânea (Dieta Mediterrânea)
  • Kinsey (Vamos falar de sexo)