20/02/2014

kung fu vaginal

Especialista em sexualidade cria kung fu vaginal

Por Kim Anami*


Vídeo com motivos para exercitar os músculos vaginais virou hit na internet e discute a importância – e os benefícios – de uma vagina forte


Kim Anami, uma especialista em sexualidade, defende o kung fu vaginal para uma vida sexual mais satisfatória.

Século 21, libertação sexual e feminismo. Parece bom, mas o cenário real é menos animador: as mulheres estão desconectadas de suas próprias vaginas, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. A opinião é da especialista em sexualidade e relacionamentos Kim Anami, criadora de um programa de exercícios intitulado “kung fu vaginal”, que se popularizou nas últimas semanas com o vídeo “10 razões para levantar pesos com a sua vagina”.

Foto: Kim Anami, especialista em sexualidade. 
Fonte: Divulgação

Os motivos listados por Kim passeiam entre afirmações polêmicas, como o fato de que os Exercícios Kegel (criados nos anos 40 pelo ginecologista Arnold Kegel para fortalecer o músculo pubococcígeo) não são suficientes para quem quer fortalecer os músculos genitais, e outras mais leves e divertidas, que brincam sobre o fato de a mulher se tornar a atração principal das festas caso saiba atirar bolinhas de pingue pongue com a vagina.

“Você precisa de resistência para conseguir fortalecer os músculos. Os exercícios originais que o doutor Kegel criou em 1947 envolvem apenas a contração da vagina. O que é essencial, porém, é usar algum objeto para tonificar os músculos e não apenas contraí-los. É o mesmo princípio de treinar musculação na academia: você precisa levantar pesos para fortalecer os músculos. Simples assim”, afirma Kim Anami em entrevista ao Delas.

Kung fu vaginal

Para resolver essa questão, Kim idealizou o programa de exercícios chamado de “kung fu vaginal”, que tem duração de oito semanas e é uma das maneiras de reestabelecer a conexão “perdida” entre as mulheres e suas vaginas. Além de fortalecer a região genital, aumentando a libido e a frequência do orgasmo feminismo, Kim revela que é possível controlar a ejaculação masculina, já que a mulher é quem fica no controle da relação.

Emocional e psicológico também são trabalhados durante o programa. “Abordarmos a visão que as mulheres têm de seus próprios corpos, aprendendo a aceitá-los como são, além da noção de que elas são seres sexuais e podem melhorar o potencial do próprio orgasmo”, explica a sex coach.

Segundo Kim, muitas mulheres ainda sofrem com insatisfação sexual porque têm uma vagina fraca, com pouca sensibilidade, comprometendo o prazer durante a relação. Trabalhar esses músculos, portanto, é garantia de orgasmos mais intensos e frequentes, além de uma provável ejaculação feminina.

“Existem mulheres que até conseguem liberar o líquido durante o sexo, mas ele permanece dentro do corpo, porque a vagina é fraca demais para jogá-lo para fora”, detalha Kim. No fim das contas, os exercícios propostos pela especialista acabam satisfazendo os dois lados da cama, tanto homens como mulheres.

Disposição

Não existe nenhum tipo de restrição para quem pretende se aventurar nessa arte. “Todas as mulheres podem participar, principalmente durante a gravidez e após o nascimento do bebê. Elas têm mais chance de passar por problemas de incontinência urinária e prolapso genital após o parto, então, os exercícios de tonificação são essenciais para a prevenção”, diz Kim.

A questão da resistência, que é o ato de puxar pesos com os músculos da vagina, deve estar aliada a uma prática habitual. De acordo com a especialista, as mulheres precisam treinar pelo menos cinco vezes por semana, cerca de dez minutos – em apenas uma semana já é possível sentir os resultados, garante.

Mesmo que existam dúvidas sobre a eficácia do kung fu vaginal, a iniciativa de Kim Anami desafia os limites impostos pela sociedade sobre a sexualidade feminina, já que o programa coloca as mulheres no centro da discussão do prazer. “Em vez de a relação ser uma fonte de prazer para o casal, ela acaba se tornando razão de conflitos, já que muitos têm insatisfações e não falam sobre isso. Agora, as mulheres estão se abrindo para a ideia de que é natural e saudável ter uma vida sexual animada. E você pode até conseguir atirar umas bolinhas de pingue pongue durante esse processo!”, brinca a sex coach.


Fontes e referências:

  1. *Kim Anami. Disponível em: http://kimanami.com/


13/02/2014

Mulheres mais velhas gostam de sexo?

Um estudo recente rebateu o mito de que mulheres mais velhas não gostam de sexo

Fatores como idade e menopausa não mostraram impacto na vida sexual das mulheres mais velhas

Por Holly Thomas*

Você já deve estar familiarizada com a máxima de que as mulheres de meia idade não gostam de sexo tanto quanto as mais jovens. Mas Holly Thomas discorda. Em um novo estudo, ela e outros co-autores comprovam que as mulheres de meia idade que são sexualmente ativas permanecem deste jeito. As informações são do site Huffington Post.

Para a especialista, da University of Pittsburgh Medical Center, o conceito tem viés cultural. “A cultura nos diz que isso (sexo) é algo que pelo qual as mulheres mais velhas não devem se interessar”, observa. A pesquisa de Holly envolveu 602 mulheres, heterossexuais em sua maioria, com idades entre 40 e 65 anos quando o estudo foi iniciado – no ano de 2005.

Foto: casal da terceira idade.
Fonte: Getty Images

Todo ano, elas respondiam um questionário sobre a saúde, o status da menopausa e os sintomas, a atividade sexual (variando entre beijos até a relação sexual) e as características demográficas, como se eram casadas ou se estavam em uma relação estável. No quarto ano do estudo, as mulheres completaram um breve questionário chamado Female Sexual Function Index (FSFI), em tradução livre, Índice da Função Sexual Feminina.

Avaliando a importância do sexo
Holly e os outros especialistas envolvidos no estudo perguntaram às mulheres qual a importância do sexo em suas vidas. Dois terços delas no ano quatro disseram que eram sexualmente ativas, então, elas formaram o grupo base do estudo. Quatro anos depois, 85% deste grupo disse que permaneceram sexualmente ativas.

Ser branca, ter um baixo índice de massa corporal e dar grande importância para o sexo também são fatores associados à manutenção da vida sexual. “A idade e se ela passou pela menopausa não parecem ser importantes para as mulheres continuarem a fazer sexo”, diz Thomas. “Ficamos surpresos ao descobrir isso”, completou.

Ampliando definições
Holly afirma que outros aspectos do sexo passam a ser mais importantes para as mulheres com a idade. “Eu acho que é importante manter uma definição ampla quando olhamos para a função sexual desta população.” Ela e os demais autores do estudo afirmam que, ao passo que as mulheres envelhecem, o beijo e os toques mais íntimos se tornam mais importantes do que a relação sexual com penetração.

Mulheres em menopausa ou pós-menopausa pontuam menos no questionário devido às alterações hormonais, do fluxo sanguíneo, músculos e nervos, que podem tornar a relação sexual mais dolorida. Em um artigo publicado este mês no jornal Climacteric, Rossella Nappi, da Gynecological Endocrinology and Menopause Unit da University of Pavia, na Itália, escreve que cerca de metade das mulheres na pós-menopausa sentem desconforto vaginal atribuído a uma condição crônica chamada atrofia vulvovaginal. Os sintomas incluem ressecamento da área e sensação de ardência. Infelizmente, a consciência sobre a condição é baixa entre as mulheres, apesar de causar um “impacto significativo sobre a saúde sexual e qualidade de vida”, descreve a especialista.

Sexo é bom para você
Tratamentos efetivos e seguros para lidar com estes problemas estão disponíveis, escreve Rossella. Nos Estados Unidos, eles incluem estrogênio vaginal e ospemifene, uma pílula aprovada no ano passado pela Food and Drug Administration e vendida sob o nome Osphena.

Holly afirma que ela e os demais autores do estudo querem “enfatizar que só porque uma mulher de meia-idade vai ao médico com uma queixa sexual, o médico não deve automaticamente dizer que é uma parte normal do envelhecimento”, reforça.

Ela acredita que a questão mais importante do estudo é ajudar as pessoas a compreenderem que a vida sexual é uma parte importante da saúde física e mental. "Aquelas que são sexualmente ativas tendem a viver mais tempo e ter uma melhor qualidade de vida", finalizou.


Fontes e referências:

  1. *Holly Thomas. University of Pittsburgh Medical Center
  2. Portal de notícias Terra: Mulher